Do mosaico à pintura: conheça o trabalho da artista Caroline Gonçalves
A mosaicista passou a pintar paredes durante a pandemia de covid-19 e foi selecionada para expor seus trabalhos na Bela Bienal, no Rio e em Paris
Em 2014, a economista Caroline Gonçalves encontrou na arte um talento antes desconhecido. Ela buscava aprender técnicas básicas por brincadeira, a fim de desenvolver alguma habilidade manual. Mas logo se viu como uma verdadeira muralista e chegou a revestir uma capela com a sua mãe entre 2018 e 2019, o que lhe garantiu certa visibilidade.
“Passei a dar oficinas, vender peças e a tentar desenvolver projetos de muralismo. Quando a pandemia de 2020 chegou, isolada e sem conseguir ministrar oficinas presenciais no mosaico, senti vontade de pintar paredes”, ela conta, explicando o porquê da transição recente para a pintura.
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Segundo a artista, no mosaico, o muralismo é muito trabalhoso e pouco valorizado, o material é caro e as pessoas não contratam o serviço. É difícil conseguir clientes e não há incentivos por parte dos poderes públicos para fazer projetos nas cidades.
“Pensei: por que não começar a pintar paredes? A pintura mural é mais rápida para fazer, não precisa de tanto material para ser executada, o preço é mais acessível e eu continuaria colorindo os espaços. Fiz um curso bem rápido online e logo o coloquei em prática”, diz.
A sua primeira pintura foi na caixa d’água ao lado da capelinha de mosaico e a segunda foi na porta do seu banheiro. Com traços livres, coloridos e fluidos, Caroline desenha botânicos abstratos brincando com as cores. O resultado é uma variedade de obras vibrantes que alegra os ambientes.
“Depois das pinturas em casa, fui contratada para alguns trabalhos, o que me deu experiência, e passei a gostar muito das tintas e dos resultados das paredes. Fui experimentar as telas e não parei. Vendi algumas, outras foram encomendadas. Nunca fiz aulas, as pinturas são intuitivas”, conta Caroline.
O grande reconhecimento veio ao fim de 2021, quando, via Instagram, a artista foi selecionada pela Bela Bienal (na curadoria de Édson Cardoso) para a primeira exposição da sua vida.
O convite era para participar de um circuito internacional de exposições no Brasil, Japão, Finlândia e França.
“Conseguirei participar de duas: a do Brasil, que terá início no mês de fevereiro em homenagem ao centenário da semana de 22, nas cidades do Rio de Janeiro e Brasília. Vou expor quatro quadros de releituras de Tarsila do Amaral, a qual escolhi pelas cores. E a outra exposição, sonho de todo artista plástico, será participar da Feira Internacional de Arte de Paris no Carrousel Louvre no mês de outubro”, conta.
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