Dicas para definir os espelhos da casa
Item indispensável em qualquer casa, o espelho é, sem dúvidas, uma peça-chave e reserva muitos truques na hora de compor o ambiente. Além da atribuição de refletir uma imagem, ele traz consigo a inerente sensação de amplitude em qualquer espaço.
Em seu próximo projeto, não deixe de fazer uso desse elemento versátil. Porém, a escolha do modelo ideal, com tantas possibilidades e tamanhos, pode ser um pouco difícil – mas não se preocupe. A arquiteta Patrícia Penna, à frente do escritório que leva o seu nome, compartilha dicas e critérios valiosos que analisa para o emprego dos espelhos.
Pode parecer trocadilho, mas quando o assunto é estilo, precisam refletir o estilo do ambiente e dos moradores. Confira:
Modelos de espelhos em alta
Um modelo que nunca sai de moda é o retangular com micro bisotê, que varia entre 0,5cm e 0,7cm e não precisa de moldura. O espelho pode perfeitamente ser fixado sobre uma base de MDF ou metálica e ser apoiado sobre piso ou pendurado na parede.
Caso queira o espelho com moldura, é necessário que ela componha com o ambiente onde o espelho será inserido. Patrícia relata que “é preciso formar um conjunto com o que está no entorno. Ter uma cor, um material ou um formato em comum com o que está próximo, criando uma sintonia”.
Entre os modelos em alta, a arquiteta classifica as versões sem bisotê largo e espelhos de formatos orgânicos, como os redondos, arredondados e aqueles com linhas amebóides.
Horizontal ou vertical?
É necessário pensar na disposição dos espelhos para evitar efeito contrário ao que se pretende na decoração – ou seja, refletir objetos e cantos indesejados, ou ainda refletir em demasia a luz natural, o que causará um desconfortável ofuscamento para quem está dentro do ambiente.
Feita tal análise, o morador é livre para utilizá-los em todos os espaços da casa, sendo que os lugares mais estratégicos para o posicionamento são hall de entrada, closets e banheiros.
“Naturalmente, é fundamental avaliar caso a caso. Mas, em linhas gerais, quando aplicados numa parede toda, por exemplo, os espelhos sempre trarão a sensação de alongamento”, comenta a arquiteta. Por isso, lembre-se que: os verticais ampliam a altura, enquanto os horizontais aumentam a largura.
Cuidados com o que será refletido
Apesar de muitas vantagens, é imprescindível ter cuidado com os espelhos, que podem ser maus duplicadores de imagem. Ele pode gerar uma sensação de poluição visual ou até mesmo claustrofobia.
“Os espelhos devem refletir o que é positivo! Dessa forma, sempre recomendo evitar o uso de espelhos em locais que possam causar constrangimento, como salas de jantar onde o pé da mesa é vazado, ou até mesmo na lateral da cama. Dormir olhando para um espelho é bastante desconfortável para a maioria das pessoas”, pontua Patrícia Penna.
Uma pergunta recorrente é: “caso o espelho seja inserido em um local com incidência direta de luz natural, o resultado será positivo ou um incômodo?”. Para a arquiteta, em locais onde a luminosidade é vasta, um espelho se torna desnecessário e inoportuno.
“A luz solar refletida é muito desconfortável pois causa ofuscamento. O critério precisa ser o oposto, ou seja, pensar em soluções que controlem e filtrem essa incidência solar”, completa.
Considerando que o espelho duplica tudo, num décor mais enriquecido por elementos decorativos, o seu uso pode gerar uma confusão mental e a sensação de caos nos moradores e naqueles que permanecerem no ambiente.
A parcimônia e o bom senso são os aliados, uma vez que não há uma regra específica para pendurar os espelhos, que como já mencionado, nem sempre precisam estar pendurados.
“Uma proposta interessante é deixá-los apenas encostados na parede, seja num closet, num quarto, numa sala de jantar ou num lavabo, por exemplo”, comenta Patrícia.
Por fim, ela recomenda evitar o emprego de espelhos em paredes vazias ou elaborar uma composição de pequenas peças em paredes grandes:
“Nessas condições, eles podem ficar perdidos e sem sentido. Caso o espelho seja muito necessário, evitar colocá-lo no centro da parede é o ideal. Deslocá-lo para um dos cantos é sempre uma boa solução”, finaliza.
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