Arquitetos imaginam pirâmides invertidas tomando o céu de Cairo
Elas formam uma rede cultural acima da movimentada cidade
O arquiteto Marchisciana Saverio Adriano imagina “as sete novas pirâmides do Cairo” como um aglomerado de sete pirâmides invertidas espalhadas em meio à agitada cidade do Egito.
As estruturas lembram enormes aranhas de aço com pernas muito altas e esguias que parecem sitiar a metrópole emergindo como centros culturais e educacionais e como observatórios. Os pontos formam um sistema urbano autônomo pairando acima.
O Cairo moderno é uma extensão caótica de casas e concreto que está dominando rapidamente as plantações tradicionais de tamareiras e antigas hortas. As terras agrícolas remanescentes do Egito estão sendo substituídas por grandes bairros saturados de prédios, desprovidos de parques ou espaços públicos urbanos.
O problema de subúrbios espontâneos que crescem sem aderir a nenhuma regra de planejamento urbano é uma preocupação para muitas metrópoles poluídas na África, Ásia e América do Sul.
‘As sete novas pirâmides do Cairo’ visa disseminar novas ideias positivas que buscam regenerar esta desordenada metrópole africana. Os arquitetos conceberam as pirâmides como pontos privilegiados de observação e como locais de reflexão e pensamento moral.
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Eles procuraram evidenciar a catástrofe urbana atual da cidade, expondo-a como se fosse uma vasta instalação de arte contemporânea.
Os criadores quiseram dar sentido à forma das estruturas: em pirâmides invertidas, com os cumes apontados para baixo, criticam o desenvolvimento urbano descontrolado que destrói a natureza e os seus frágeis sistemas ecológicos.
Além disso, estabelece um diálogo com as antigas pirâmides dos faraós enquanto representam uma nova cidade da cultura. A ideia de construir cidades paralelas sobrepostas às já existentes é uma sugestão de desenvolvimento futuro, crescendo em múltiplos níveis de forma mais eficiente.
Cada pirâmide será identificada com o nome de um dos antigos deuses egípcios e hospedarão uma escola de arquitetura e urbanismo; um instituto de restauração de papiro; uma biblioteca nacional; uma escola de artesanato tradicional; uma faculdade de botânica; e outras instalações educacionais.
Juntos, vão constituir um laço cultural com potencial para educar e preparar as novas gerações de profissionais e gestores do Cairo, com base nos princípios da melhor sustentabilidade paisagística e ambiental.
Todas as estruturas serão conectadas por um sistema de monotrilho, com uma estação na base de cada uma, podendo se movimentar de um lugar para outro. Grandes elevadores panorâmicos e torres de escada, posicionados dentro das colunas, levarão os visitantes da cidade caótica à cultura.
Os terraços no topo funcionarão como grandes praças que se abrem para a paisagem, onde estudantes e turistas podem passear e discutir em uma versão moderna e de alto nível da ágora grega.
*Via Designboom
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